Lisbon Art Weekend’s segunda edição de Spot Lisboa “Imagination — Tools to think about the future”

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O Lisbon Art Weekend apresenta a segunda edição do Spot Lisbon, uma série de exposições anuais que surge na sequência de um convite aberto a artistas emergentes sediados em Lisboa.

Imagination — Tools to think about the future

Juntamente com os quadros teóricos desenvolvidos em torno dela pelos principais pensadores dos séculos XX e XXI, a imaginação desafia os limites da realidade. Refletir sobre o seu uso e limites é uma forma radical de afirmar o nosso direito ao mundo e apelar a novas formas de relacionamento, colaboração e coexistência.

Muitos fizeram exatamente isso, desde Karl Marx, Theodor Adorno, Walter Benjamin, Herbert Marcuse e Jean-Paul Sartre, até vozes mais recentes como Donna Haraway e Fredric Jameson. Como resultado, imaginação tornou-se um termo intimidante para aqueles que desejam envolver-se com ela. Mas, na verdade, se pretendemos repensar o nosso futuro coletivo, devemos abandonar esse medo e permitir-nos ser desafiados pelas ideias que ela gera — ideias que muitas vezes surgem da relação entre imaginação e arte contemporânea.

Nesse espírito, vamos abordar a imaginação através de quatro lentes principais: como um exercício interno de crítica, desconstrução e transformação; como uma ferramenta para a criação de significado e de mundos; como uma forma de despertar realidades especulativas; e, finalmente, como um mecanismo gerador de empatia.

Se as imagens são uma forma de consciência, então as nossas visões interiores, o nosso espaço imaginário, podem ser uma força transformadora, capacitando-nos a questionar sistemas, normas e instituições. Como tal, o irreal pode ser usado para repensar o real? É aqui que a imaginação surge como uma ferramenta vital para visualizar o futuro, para viver melhor e para especular sobre um mundo mais justo — política, cultural e socialmente. A prática especulativa em si pode servir como uma espécie de campo de treino para a imaginação: ao dar igual peso à ficção, ao irreal, à invenção e ao desconhecido, podemos colocá-los em pé de igualdade com o que é conhecido; e, em vez de se oporem, eles revelam-se forças complementares e mutuamente enriquecedoras.

Em última análise, a imaginação pode ser um ato profundo de empatia: uma forma de sentir com os outros, a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa. A imaginação empática é inerentemente política — e, como tal, exige responsabilidade, atenção e transformação.

Nesta exposição, os artistas Ana Grebler, Francisca Sotto / Sofia Magalhães, HElena Valsecchi, Henrique Neves, Inês Raposo, Luís Rocha, Maria Peixoto Martins, Maria Ventura, Patrícia Assis e Pedro Liñares imaginam colaborativamente lugares alternativos que expandem a nossa capacidade de pensar e gerar novas ideias. Fazem-no juntos, no espaço, com os visitantes e com o mundo — reciprocamente, não em nome dos outros, mas com eles.

Leonor Carrilho

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